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Rotas do Vento

Butão: Reino do Dragão – António Silva

A viagem é fantástica, especialmente o periodo no Butão.
A paisagem é maravilhosa, é diferente nas várias zonas do pais que percorremos. Nós tivemos muita sorte com o tempo pois apesar de algumas manhãs de nevoeiro cerrado quando circulávamos em zonas (ainda) mais altas, o Sol sempre nos fez companhia.
As pessoas (butaneses) são fantásticas, possuem uma simpatia imensa para com os turistas, são muito afáveis e extremamente humildes. Nas zonas mais rurais, fiquei ainda mais com a impressão de ser olhado com um sentimento profundo de curiosidade.
O guia e o motorista que nos estavam assignados foram sempre de uma gentileza, simpatia e cordialidade elevadas. Foram sempre extremamente pontuais e inexcedíveis na concretização de qualquer pedido nosso. Não que tenhamos efetuado pedidos estranhos – mas sempre que pretendemos efetuar paragens para tirar fotos, ou para ver um mosteiro que não estava no programa, ou para andarmos um pouco a pé prontamente o pedido era acedido.
Viajar no Butão ainda é um pouco difícil e moroso devido ao facto de o percurso de automóvel ser efetuado sempre em estrada de montanha (normalmente) em mau estado e também nós sempre tivemos esse facto em consideração e os nossos pedidos sempre foram q.b. e em consonância com o tempo que disponhamos. Nunca houve qualquer excesso da nossa parte e isso obviamente também se refletiu no à-vontade à resposta a paragens fora do programa.
Além da paisagem, uma outra coisa que nos marcou muito, foi a devoção que encontrámos em todos os butaneses. É incrível!
Visitámos inúmeros mosteiros, percorrermos inúmeras estradas e caminhos cheios de rodas de oração que as pessoas diariamente visitam, que percorrem, que meditam, que acreditam! Fiquei sempre fascinado com as visitas ao interior dos templos.
Entrar em mosteiros e nos respetivos templos com séculos de idade e sentir o “peso” (sente-se mesmo!) da devoção daquele lugar é uma coisa impressionante. É uma coisa que não se explica, mas que se sente, sente!
Adorei, assistir a alguns momentos da vida dos monges. Fiquei com muita curiosidade de aprender algo mais sobre o modo de vida dos monges budistas. A região de Bumthang neste ambiente de mosteiros é de facto uma região lindissima e carregada de história. O vale de Gantgey que foi um dos primeiros pontos de passagem é um local diferente e único. Aqui senti mesmo que não existe outro lugar igual no mundo. É muito belo e está ainda num estado muito primitivo e foi um privilégio passar por aqui.
Foi pena as garças de pescoço negro este ano terem se atrasado e nós as termos visto mas isso não retirou nenhuma beleza a este vale maravilhoso. A comida e o alojamento butanes sempre foram bons. O hotel em Trongsa está num enquandramento espetacular e nem apetece sair dali. O albergue em Gangtey é muito simples mas foi o sitio onde nos sentimos mais próximo das pessoas – não só devido à sua extrema simpatia mas também pelo facto de, como não existe eletricidade, quando o dia desaparece nos recolhermos junto do calor da salamandra na zona de refeição pois lá fora faz muito frio! Em todos os dias passados no Butão existiu apenas um fator menos bom, que é o facto de o guia andar sempre connosco – não é dificil escaparmos ao guia mas devia ser uma coisa mais natural e sentimos falta disso. A viagem no Butão foi mesmo muito boa, muito bonita e correu sempre bem! Quanto a isso não há a mais pequena duvida!!! Aconselhamos a todos!
António Pereira da Silva
Nov 2007