Viajando com uma caravana de camelos e pernoitando em oásis, iremos conhecer o interessante modo de vida dos nómadas do deserto, envolvidos pela imensidão do Saara marroquino.
Séculos atrás, o Oued Drâa era o rio mais longo de Marrocos. As suas águas eram abundantes e submergiam, a sul, nas areias do deserto, para percorrerem centenas de quilómetros num curso subterrâneo que desembocava no Atlântico. O seu vale muito verdejante e cultivado foi outrora uma rota privilegiada para as caravanas que iniciavam a travessia do Saara, dirigindo-se para o distante Sul.
O nosso percurso segue uma dessas antigas rotas e inicia-se a sudoeste de Zagora. Nos raros oásis observamos os minúsculos campos cultivados de tomate, batata e milho circundados por palmeiras, que nos irão oferecer a sua reconfortante sombra. Veremos passar mulheres vestidas de negro com tatuagens na testa, nas mãos e no queixo, dirigindo-se ao poço com uma ânfora ao ombro.
Depois continuamos pela imensidão da planície inundada de luz e de silêncio, seguindo a lenta passada dos camelos. Nos oásis onde acampamos, irá conhecer os nómadas que nos convidarão para tomarmos um chá de potente paladar. Eles viajam em função do nível de água nos poços, em busca de novas pastagens para os seus rebanhos.
Você irá sempre recordar-se dos jantares à fogueira sob o céu tão densamente estrelado das noites no deserto.
Em viagem
Acordamos com uma agradável luz matinal, ao som da chaleira que anuncia um chá fumegante.
Depois de refazermos o nosso saco de viagem, é o momento do pequeno-almoço, preparado pelos nossos cozinheiros: ovos, pão ou tostas, doce, manteiga, queijo, cereais, leite, chocolate quente, chá e café.
Deixamos o local de acampamento enquanto o pessoal ainda carrega os camelos que nos seguirão ao encalço. No fresco da manhã caminharemos calmamente ao longo de leitos de ribeiros e através de vales cultivados com palmeirais e árvores de fruto, contemplando uma excelente paisagem de montanhas e saudando os nativos, ocupados nos seus trabalhos agrícolas ou pastoris.
A meio da manhã faremos uma pausa para comermos frutos secos (figos, tâmaras, amêndoas, amendoins, passas) ou biscoitos.
De quando em vez faremos uma pausa para fotografar a paisagem apreciando o silêncio em redor.
A meio do dia paramos para uma refeição frugal, que consiste em saladas de tomate, pepino, alface, arroz, pimento com sardinha ou atum e ovo cozido (temperadas com especiarias, vinagre ou mostarda), queijo ou fruta, chá de hortelã.
Continuamos por zonas de escassas pastagens onde muitas vezes encontraremos nómadas berberes acampados com os seus rebanhos, camelos e cavalos.
A meio da tarde montamos o acampamento junto a um poço para que você possa cuidar da sua higiene e o nosso cozinheiro utilizar a água. Os camelos são descarregadas e levados para um local de pastagem, e as tendas são erigidas.
Enquanto o jantar é preparado você irá explorar as redondezas, ou contactar com as gentes locais, ou simplesmente repousar ao sol. No final da etapa é servido chá de hortelã com biscoitos.
O jantar compreenderá sopa, tagine de legumes com galinha ou ovos, couscous, massas, arroz, batatas, lentilhas, chá, fruta ou queijo.
Entretanto o céu vai-se tornando estrelado e invade-nos o desejo de repousarmos na mornidão do saco-cama, que os mais ousados poderão instalar ao ar livre.
Geografia e Clima
O Atlas é composto por três sistemas distintos: o Médio Atlas, o Alto Atlas e o Anti-Atlas, que se desenvolvem no sentido nordeste-sudoeste, paralelamente e ao sul da linha Fez-Marrakech.
O Alto Atlas é a cadeia de montanhas mais importante da África do norte, estendendo-se por 750 km, desde o cabo Ghir na costa atlântica, até ao planalto de Rekkam perto do Mediterrâneo, e eleva-se acima dos 2000m. O seu relevo imponente é marcado por vales cavados nos flancos das suas várias cumeadas de granito, de calcário e de xisto. Aí habitam camponeses chleuh, pertencentes a várias tribos berberes, que se dedicam à pequena agricultura e à pastorícia, a que se juntam no Verão os nómadas, vindos do sul com os seus rebanhos, nas pastagens dos altos planaltos. Nas grandes vias de comunicação encontram-se aldeias fortificadas, as kasbahs, ainda hoje organizadas segundo tradicionais normas de vida comunitária cujo celeiro, o agadir, é o símbolo de união dos residentes.
É dotado de um clima ameno no Verão, de dias solarentos e quentes e as noites frescas devido à sua altitude. O Inverno é, ao invés, uma época rigorosa devido ao frio e à neve, que chegam a cortar as ligações com o exterior.
O Jbel Saghro situa-se a sul do Alto Atlas central, entre os verdejantes vales de Draa e de Dadès, e caracteriza-se por um relevo de grande erosão formado por mesetas, espantosos pináculos rochosos e suaves vales. Os seus povoados, onde se destacam os ksour de cor ocre, e onde crescem palmeiras e amendoeiras, situam-se ao longo de ribeiros, sendo os seus habitantes essencialmente agricultores. Os nómadas também ocupam esta região no Outono, quando o calor ardente do deserto abranda, sendo o seu clima agradável de Outubro a Maio. O seu clima é desértico, muito solarento, com escassas chuvas. A temperatura de dia pode variar entre 20ºC e 25ºC (25º-30ºC em Abr e Out), e de noite entre 10ºC e 0ºC (extremo de –5ºC entre Dez e Fev é possível).
O Saara marroquino goza de um clima idêntico ao do Saghro.
A época das chuvas é de Novembro a Abril, caíndo de forma ligeira e sobretudo na zona costeira e a norte da cadeia do Atlas.
O clima é temperado junto à costa (igual ao clima português).
Resumo
Pontos de Interesse
A cosmopolita cidade de Marrakech
Interessante percurso ao longo do deserto acompanhado por camelos que nos transportarão a bagagem
Oásis Oued Mhasser
As grandes dunas de Chegaga
Enontro com famílias nómadas e contacto com o seu modo de vida
As dunas de Bougarn
A aldeia-oásis de Mhamid
Programa da viagem
D1: Voos Lisboa-Casablanca-Marrakech
Voos Lisboa-Casablanca-Marrakech, transporte para o hotel.
D2: Viagem para Zagora (7h), depois numa pista até ao planalto Faija, sob o monte Jbel Bani (4h). Tenda
De manhã muito cedo viajamos em autocarro para sul do Atlas através do colo Tizi n’Tichka (2260m) e depois ao longo do vale do Drá, com destino a Zagora (7h). Seguimos para oeste numa pista até ao planalto Faija, sob o monte Jbel Bani (4h). Encontro com a nossa caravana de camelos no local de acampamento.
D3-D6: Caminhada para sul acampando no deserto e passando o planalto Faija, oásis Oued Mhasser, dunas Chegaga, dunas Bougarn, o poço Oued Naam, dunas Mezouaria. Etapas de 5-6h por dia
D3: Usaremos um camelo para transportar as bagagens de duas pessoas. Além das bagagens e das provisões, os camelos irão transportar uma reserva de água como prevenção. Subimos ao colo Oum Laachar, que transpomos, para entrarmos no deserto – este colo define o limite sul do Atlas e o início do Saara. A meio do dia paramos num oásis para tomarmos a refeição de meio dia. Depois, seguimos no planalto onde, nos pequenos oásis, poderemos encontrar algumas famílias de nómadas do deserto. Iremos acampar no oásis de Oued Mhasser (6h), que não é habitado.
D4: Seguimos um vale pedregoso que desemboca num largo planalto pedregoso e desértico. Passamos acampamentos de nómadas instalados em tendas beduínas e que apascentam em redor rebanhos de cabras e de camelos. Pic nic sob uns tamarindos. Depois, continuamos para sul onde, em pouco tempo, veremos as grandes dunas de Chegaga.
Iremos acampar junto às dunas, (6h30) numa zona onde encontraremos famílias de nómadas com os seus rebanhos de cabras, ovelhas e camelos, devido à presença do poço Dait Chegaga. Os tuaregues que aqui habitam, nómadas e semi-nómadas, são dotados de uma hospitalidade tradicional que nos irá surpreender. O seu modo de vida solitário e as dificuldades que enfrentam para subsistir nesta zona remota e árida tem-lhes conferido uma cultura muito especial, onde o encontro com outrém assume um significado especial. Eles acampam perto e apascentam os animais num raio de alguns quilómetros em redor do poço. As suas gentes muito acolhedoras poderão dar-nos a provar o típico chá sahariano, de um gosto muito forte. Será um encontro muito interessante.
Antes de jantar iremos caminhar sobre as grandes dunas, onde irá deixar as suas pegadas nas cristas de areia e apreciar o crepúsculo sobre as dunas douradas. É a ocasião de cada um procurar o seu momento de meditação.
D5: Antes de partirmos, o nosso pessoal irá encher os depósitos de água, pois o próximo local de acampamento não tem água. Marcha através das dunas durante todo o dia ouvindo o silêncio do deserto, que convida à meditação. A presença dos nómadas é rara e a vegetação é praticamente inexistente. Ao fim de 5h de marcha iremos acampar nas grandes dunas de Bougarn. Enquanto o cozinheiro prepara o jantar, você descansa no alto de uma duna esperando pelo pôr do sol, que aqui é de uma indescritível beleza, pois o mar de dunas em redor torna-se cada vez mais dourado.
D6: Nova etapa ao longo das dunas. No final da manhã paramos em Oued Naam, que tem um poço. Naam significa avestruz, pois outrora elas percorriam esta região e ainda hoje encontramos pedaços dos seus ovos. Tornamos a abastecer-nos de água, pois iremos acampar num local que não tem poço, a sul de oued Naam, as dunas de Mezouaria (5h30). A temperatura de dia pode variar entre 20ºC e 25ºC (25º-30ºC em Abr e Out), e de noite entre 10ºC e 0ºC (extremo de –5ºC entre Dez e Fev é possível). Marcha descontraída no silêncio do deserto, sempre acompanhados pelo panorama da sua imensidão e por distantes miragens. A fauna que podemos encontrar nestas paragens inclui gazelas, coelhos, chacais e lagartos. No final do dia, você poderá experimentar montar um camelo
D7: Etapa curta até Mhamid, regresso a Marrakech (8h), hotel
Etapa curta através das dunas até chegarmos a Mhamid, a última aldeia no vale do Drâ que se situa junto à fronteira sul.
No final da manhã viajamos de regresso a Marrakech (450 km, 8h), hotel
D8: Voos Marrakech-Casablanca-Lisboa
Transporte para o aeroporto, voos Marrakech-Casablanca-Lisboa
Leia as histórias e os relatos de quem já viajou nas Rotas do Vento: Testemunhos de Viajantes
Inclui:
- Os voos em classe turística em linha regular
- Riad 3* em quarto duplo com banho e pequeno-almoço em Marrakech
- Tenda dupla em pensão completa durante o passeio pedestre
- Todos os transportes internos
- Serviços de guia e de pessoal de apoio
- Transporte das bagagens durante o passeio
Não inclui:
- Equipamento pessoal
- Visitas nos dias livres
- Refeições nas cidades
- Ar condicionado no transporte terrestre
- Suplemento para quarto individual
- Seguro de viagem
- Taxa de aeroporto em Marrakech de Eur 9
- Guias para visita de cidade
- Gorjetas
Condições Particulares de Participação
Suplemento individual: Eur 100 por pessoa.
Suplementos época alta: partidas em Abr +Eur 160, Jun-Ago +Eur 80, Dez 15-31: +Eur 240.
Inscrição: Deve enviar-nos a ficha de inscrição preenchida junto com 30% do preço. Devido à grande afluência de viajantes nestas épocas, a sua inscrição deverá ser confirmada com a maior brevidade.
Descontos: Saiba como pode obter descontos de até 7% nesta viagem. (link para outra página)
Partidas do Brasil: Consulte-nos sobre o itinerário de voos a partir da sua cidade a fim de lhe prepararmos uma proposta. Por favor indique o nome do programa, a data de partida, a cidade de onde partiria e os nomes das pessoas que viajariam consigo.
Partidas do Porto: Consulte-nos com a maior antecedência.
Preço: Válido em 2023.
Nota: O preço dos voos é baseado em estimativas razoáveis para os trimestres futuros. As companhias aéreas poderão impor aumentos de preço dentro de prazos reduzidos por motivos vários que se prendem com economia, segurança e demais exigências legais.
Extensão em Marrakech: Para conhecer melhor o exotismo de Marrakech, propomos-lhe alongar a sua estadia por um preço de Eur 52 por noite por pessoa em quarto duplo (Eur 76 em quarto individual) mais Eur 14 de transporte ao aeroporto – pode partir mais cedo de Portugal ou permanecer após o final do programa.
Seguro: O preço do seguro para esta viagem é de Eur 48 que abrange um período até 16 dias (por favor consulte as coberturas).
Material Fornecido: Tendas duplas, tenda refeitório, colchonetes.
Alojamento: Riad em Marrakech 3*, tendas duplas durante o passeio.
Transportes: Voos nas Easyjet, Ryanair, TAP, Royal Air Maroc consoante a disponibilidade, transportes internos em veículos fretados (autocarro ou jeep).
Acompanhamento: Guia profissional marroquino falando francês e inglês, especialista do deserto.
Grupo: Mín 2 pessoas, máx 16.
Bagagens: Serão transportadas por camelos, máximo de 15 kg por pessoa.
Programa: Em função das condições do tempo, da condição do grupo ou outras justificáveis o guia poderá alterar o programa do percurso pedestre, nomeadamente os locais de pernoita. O programa poderá ter de ser ajustado em função de alterações dos horários aéreos. Favor note que há locais de acampamento que não têm água e esta terá de ser racionada. Nos meses de maio e de outubro a temperatura poderá ser mais elevada do que o esperado para a época.
Documentação: Passaporte válido; os portugueses não necessitam de visto.
Vacinas: Nenhuma obrigatória.
Equipamento: Botas para marcha, saco-cama de 3 a 4 estações, mochila pequena, saco de nylon flexível para transporte sobre os camelos, casaco impermeável, máquina fotográfica.
Nota: Após a sua inscrição receberá uma lista detalhada do equipamento a levar.
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