Viagem longínqua a um antigo reino tibetano isolado pela majestosa e possante barreira dos Himalaias e longamente esquecido pelo resto do Mundo onde iremos assistir a um festival tradicional.
O Ladakh é um antigo domínio feudal tibetano que se situa no extremo norte da Índia, entre as cadeias dos Himalaias e do Karakoram.
As suas tradições têm-se conservado devido aos laços culturais, religiosos e comerciais que tem mantido desde sempre com o Tibet.
A capital do reino do Ladakh, Leh, situa-se no longo vale cavado pelo impetuoso rio Indo e foi um importante entreposto da Rota da Seda.
Aqui cruzavam-se as caravanas provindas do Turquestão, do Cachemira e do Tibet. Esse período de prosperidade reflete-se nos seus vários monumentos destacando-se o palácio real que é uma réplica reduzida do Potala de Lhasa. Visitamos os seus mais importantes mosteiros, alguns do séc IX, onde nos daremos conta de que neles se encontra depositada uma cultura ancestral de enorme riqueza.
O nosso percurso pedestre segue uma dessas antigas rotas caravaneiras. Atravessamos povoados isolados e iremos encontrar estranhos mosteiros e fortes terrivelmente envelhecidos pelo passar dos séculos. Acamparemos em aldeias isoladas nas montanhas e teremos aí a experiência única de conviver com os ladakhis e observá-los nos seus trabalhos do quotidiano.
Após regressarmos a Nova Delhi viajamos até Agra, onde visitamos os mais importantes monumentos do antigo Império Mogor, entre os quais o célebre Taj Mahal e a estranha cidade abandonada de Fathepur Sikri.
Geografia
O Ladakh situa-se na extremidade sudoeste do planalto tibetano, entre as cadeias dos Himalaias e do Karakoram. É um território muito montanhoso, de altitude média elevada, e de clima desértico. O acesso é difícil devido ao seu terreno muito acidentado e pela persistência da neve, que durante seis meses impede todo o transporte terrestre.
É atravessado pelo rio Indo na sua zona mais habitada, fornecendo a necessária água de irrigação para a agricultura e a pastorícia, praticadas de forma tradicional e rudimentar.
Clima
Continental, de grandes amplitudes térmicas, com escassa chuva durante todo o ano devido à barreira imposta pela cordilheira dos Himalaias. O período recomendado para se visitar o Ladakh é de Junho a Outubro, com temperaturas diurnas na média dos 25ºC e noturnas nos 10ºC.
Festivais
As partidas estão planeadas para que se assista a um festival anual num mosteiro.
Em 2024 são eles os festivais nos mosteiros-
Hemis Jun 16-17,
Phyang Jul 3-4,
Dakthok Jul 16-17,
Tingmosgang Jul 21-Ago 9,
Shey Set 13, Thiksay Nov 18-19.
Resumo
Pontos de Interesse
Visita a Nova e Velha Delhi;
Leh, a ancestral capital do reino do Ladakh;
Festival anual num mosteiro,
Mosteiro de Hemis, o maior e mais importante do Ladakh;
A colecção de Budas e os frescos do Mosteiro de Alchi;
Mosteiro de Rizong situado no alto de um monte que visitamos ao fim de uma caminhada,
Mosteiros de Shey, Stok, Phyand, Stagna e Tikse, no vale de Leh;
O Taj Mahal e o Forte Vermelho, em Agra.
Programa da viagem
D1: Voos Lisboa-Nova Delhi
D2: Visita de Nova e Velha Delhi à tarde
Chegada a Delhi, transporte para o hotel. À tarde, visita de Velha Delhi: passaremos pelos edifícios do governo, India Gate, o Forte Vermelho, visita da mesquita Jama; passeio de rickshaw pelo bazar de Chandni Chowk.
D3: Voo para Leh a 3500m
Voo de madrugada para Leh a 3500m, com vistas espectaculares das montanhas nevadas dos Himalaias indianos (1h). Transporte para o hotel e resto do dia livre para repousar ou para explorar o vivo bazar de Leh, onde encontrará inúmeras curiosidades e artefactos tibetanos. Junto à estação de rádio, a sul do bazar, encontrará uma impressionante parede com centenas de milhar de lajes gravadas com orações, de cerca de 500m de comprimento.
D4: Visita dos mosteiros de Phyang, Stagna e Hemis
Visita do mosteiro Phyang, pertencente à ordem Degungpa, que possui um museu com uma rica coleção de artefactos chineses, tibetanos e mongóis. Seguiremos para o mosteiro Stagna, o único mosteiro da ordem Drukpa Kagyu do Butão no Ladakh, fundado no final do século XVI. Mais tarde, visitaremos o mosteiro de Hemis, o maior e mais rico mosteiro do Ladakh pertencente à linhagem Drukpa. Se sobrar tempo livre em Leh poderá explorar o bazar e o bairro antigo que inclui uma mesquita e um sector muçulmano. Também poderá partir em excursão até ao palácio real, réplica reduzida do Potala de Lhasa, de onde terá um excelente panorama da cidade e das montanhas da cadeia de Zanskar. Mais acima, o mosteiro de Leh (séc XV), engalanado com múltiplas bandeiras de oração, contém uma belíssima figura de Buda com cerca 8 metros de altura.
D5: Transporte para o mosteiro de Taktak onde iremos assistir ao seu festival anual
Transporte para o mosteiro de Taktak onde iremos assisitr ao seu festival anual (o local do festival e o dia do programa variam consoante cada data de partida, pelo que o programa que se apresenta é exemplificativo embora todos os festivais tenham o mesmo conteúdo e propósito).
Predominam as danças religiosas em que os intervenientes vestem ricos e coloridos trajes de seda amarela ou brocado. Muitas das danças são praticadas com máscaras representando animais, demónios, crâneos, expressões de Guru Rimpoche ou meros humanos. As danças podem ser: instrutivas, que contam uma história com uma moral exemplar; purificadoras, um ritual cujo objectivo é purificar e proteger um local dos espíritos demoníacos; danças que proclamam a vitória do budismo e a glória de Guru Rimpoche.
São sempre acompanhadas de música religiosa onde se utilizam as trompas telescópicas, tambores, oboés tibetanos (gyaling), címbalos, kangling (trompete feito de um fémur), sinos e conchas. A música dá ritmo às danças e demais cerimónias, e à recitação ou canto dos textos religiosos (mantras).
Elementos fundamentais nos setchus são os atsara, palhaços com máscaras expressivas que fazem comentários jocosos, confrontam os monjes e distraem o público quando as cerimónias se tornam demasiado monótonas. Só durante os setchus são autorizados a ter este comportamento que, dentro de parâmetros estabelecidos, não melindra a ordem religiosa e social.
O festival é um acontecimento importante que atrai a população da região e que lhes oferece a possibilidade de se impregnarem na sua religião e de ganharem “mérito religioso”. Também é uma ocasião social de vulto onde se encontram amigos, vê-se e é-se visto, namora-se e travam-se novos conhecimentos. As pessoas vestem as suas roupas mais finas e usam as suas melhores jóias. Fazem pic nics abundantes em carne e em alcool, e prevalece uma atmosfera descontraída, bem humorada e até algo irreverente.
Este interessante mosteiro foi construído em torno da caverna onde se crê que o Guru Rimpoche meditou no séc VIII. É composto por três capelas principais, sendo a principal e mais antiga na caverna. Contêm importantes thangkas e frescos nas paredes, estatuária e múltiplos objectos religiosos.
Seguimos para o mosteiro de Hemis (séc XVII), o maior e o mais importante mosteiro do Ladakh. Tem um terreiro com 1000m2 que dá acesso a múltiplas divisões: santuários, salas de reza, de estudo, biblioteca, refeitório, dormitórios, etc. Acima situa-se um pequeno mosteiro do séc XIII, o Gotsang gomba, em local solitário que favorece a meditação. Os seus monges dedicam-se à impressão de textos religiosos que são fornecidos aos demais mosteiros.
D6: Visita do mosteiro de Alchi (séc X), transporte para Themisgang (80km de Leh)
De autocarro, iremos visitar o mosteiro de Alchi (séc X), um dos mais antigos mosteiros do Ladakh que contém uma esplêndida colecção de Budas e muitos dos frescos originais. Depois de um pic nic continuamos através das espectaculares gargantas ao longo do rio Indo para Themisgang (80km de Leh), uma aldeia num vale fértil entre montanhas e local do nosso acampamento.
D7: Dia de descoberta do vale de Themisgam, 3200m
Dia de descoberta do vale de Themisgam. Themisgang, 3200m, foi a antiga capital do reino de Sham e é um dos vales mais ricos do Ladakh. Subiremos ao alto de um promontório onde visitamos os antigos forte e mosteiro, conservando este ainda hoje uma grande importância na região. Bela vista sobre este extenso e verdejante vale. Caminhamos ao longo dos campos, cultivados com cevada e pomares de nogueiras, maçãs e damascos, observando os nativos nos seus trabalhos rurais e contactando com eles. Subiremos o vale para visitarmos os povoados mais distantes admirando as múltiplas referências religiosas que foram erigidas ao longo destes caminhos nos últimos séculos, e veremos o pequeno mosteiro de Kucha anichado na falésia.
D8: Caminhada pela aldeia de Ang, o colo Meptek-la (3960m) e descida para Hemis Shukpachang (3200m)
Início da marcha subindo o vale cavado entre elevadas cumeadas que conduz à aldeia de Ang, passando por inúmeros chortens (monumentos religiosos budistas) e paredes com rochas gravadas com orações (mani). Neste pequeno povoado muito tranquilo atravessamos os campos cultivados de cevada, trigo, couves, batata, tomate e árvores de fruto para tomarmos a antiga rota de caravanas que conduz ao colo Meptek-la (3960m). Nos rochedos acima existe uma conhecida caverna onde monges eremitas passam largos períodos em meditação.
A seguir passamos outro pequeno colo encimado com dois chortens onde poderemos encontrar yaks a pastar. Descida suave para Hemis Shukpachang (3200m) passando por um grande stupa. Logo à entrada da aldeia veremos uma mata de esplêndidos cedros centenários que são protegidos. Esta aldeia situa-se num bonito planalto com largos campos cultivados e possui um pequeno mosteiro e as ruínas de um forte no alto de uma colina.
D9: Caminhada através do colo Sermanchan La (3800m) até Yangtang (3300m)
Saímos da aldeia por entre os seus inúmeros muros de pedra que delimitam os campos em socalcos e continuamos para sul por carreiros de pastores acompanhando rebanhos que sobem para os prados de pastagem. O panorama das grandes montanhas acompanha-nos e a paisagem em redor é insólita de tão agreste e desértica que se apresenta. Após o colo Sermanchan La(3800m) com o seu habitual chorten avistamos em baixo o bonito planalto cultivado de Yangtang (3300m) com as casas circundando os campos. Acampamento junto à escola.
D10: Caminhada até ao mosteiro de Rizong. Regresso a Yangtang
Hoje faremos uma excursão ao mosteiro de Rizong que se situa mais abaixo no vale. O percurso segue um caminho centenário ao longo da linha de água que desce de Yangtang e que é a via que conduz ao vale principal do rio Indo. Cruzaremos os aldeãos que circulam entre povoados bem como os pastores que saem com os seus rebanhos para os montes. O mosteiro é composto por dois edifícios independentes, sendo um de monges e o outro de monjas. Regresso a Yangtang à tarde.
D11: Caminhada através do colo Charatse La (3680m), a aldeia Sumdo, o colo Pobela (3600m) até Likir (3200m), regresso a Leh
Marcha pelo planalto apreciando o trabalho rural dos nativos e subimos suavemente para o colo Charatse La (3680m) cruzando alguma caravana de yaks que por aqui transitam entre as aldeias. Atravessamos o pequeno povoado de Sumdo encravado num longo vale com pequenos campos de cultivo em socalcos que descem para o ribeiro. Após uma subida íngreme passamos o colo Pobela (3600m) e descemos suavemente avistando para o vale da aldeia de Likir (3200m), onde visitamos o seu mosteiro situado no alto de uma colina; regresso a Leh de autocarro; hotel.
D12: Visita dos mosteiros de Shey (séc XV) e de Tikse (séc XIV), o palácio Stok (séc XIX)
Visita de alguns dos mais importantes mosteiros a leste do vale de Leh: Shey (séc XV), contíguo ao antigo palácio de Verão dos reis do Ladakh, contém o maior Buda dourado de toda a região, com 12m de altura. Nas imediações encontram-se as ruínas de um antigo forte, e centenas de chortens (edificação religiosa) de todas as dimensões. Tikse (séc XIV), de cor vermelha, contém diversa estatuária, coloridos frescos nas paredes e bonitas thangkas (panos de seda finamente pintados), inclusive uma monumental figura de Buda. De regresso a Leh visitaremos o palácio Stok (séc XIX), uma das residências reais. O palácio possui um interessante museu com objetos religiosos e de uso quotidiano da família real.
D13: Voo para Delhi seguido de autocarro para Agra (4h)
Voo para Delhi seguido de transporte de autocarro para Agra (4h)
D14: Visita do Taj Mahal, o Forte Vermelho e FatehpurSikri. Regresso a Delhi. Voos Nova Delhi-Lisboa
Agra foi a capital da Índia nos séc XVI e XVII. Aqui visitaremos o celebre Taj Mahal, o Forte Vermelho e a insólita e fascinante cidade deserta de Fatehpur Sikri, com os seus palácios, mesquita, mausoléus, caravanserai, e demais construções. Os seus edifícios contêm um misto de arquitetura turca, rajhastani e mogor. A cidade foi mandada construir pelo imperador mogor Akbar no séc XVI e foi ocupada somente durante 16 anos por o seu abastecimento de água ter cessado.
Regresso a Delhi ao fim de tarde e transporte para o aeroporto. Voos Nova Delhi-Lisboa.
D15: Chegada a Lisboa
Leia as histórias e os relatos de quem já viajou nas Rotas do Vento: Testemunhos de Viajantes
Inclui:
- Voos Lisboa-Delhi e regresso em classe turística,
- Voos domésticos,
- Hotéis em quarto duplo com banho e pequeno-almoço (8 noites),
- 5 noites a acampar,
- Todos os transportes internos,
- Guia de trekking no Ladakh,
- Guias locais para as visitas de monumentos,
- Pensão completa no Ladakh (D3 a D12),
- Guia de trekking,
- Equipamento de campismo,
- Entradas nos monumentos,
- Transporte das bagagens por póneis durante o percurso pedestre.
Não inclui:
- Visto,
- Equipamento pessoal,
- Refeições em Nova Delhi e em Agra,
- Seguro de viagem,
- Suplemento individual,
- Gorjetas.
Condições Particulares de Participação
Suplemento quarto individual: Eur 340.
Suplemento tenda individual: Eur 44.
Suplemento para grupo reduzido: grupo de 2 pessoas +Eur 480 por pessoa, 3 pessoas +Eur 200.
Suplemento época alta: Jul-Ago + Eur 120.
Inscrição: Deve enviar-nos a ficha de inscrição preenchida junto com 30% do preço. Devido à grande afluência de viajantes nesta época, a sua inscrição deverá ser confirmada com a maior brevidade.
Descontos: Este programa não está ao abrigo da escala de descontos por antecipação de inscrição e/ou de grupo de amigos.
Partidas do Brasil: Consulte-nos sobre o itinerário de voos a partir da sua cidade a fim de lhe prepararmos uma proposta. Por favor indique o nome do programa, a data de partida, a cidade de onde partiria e os nomes das pessoas que viajariam consigo.
Partidas do Porto: Por favor, consulte-nos com a maior antecedência.
Preço: Válido em 2024.
Nota: O preço dos voos é baseado em estimativas razoáveis para os trimestres futuros. As companhias aéreas poderão impor aumentos de preço dentro de prazos reduzidos por motivos vários que se prendem com economia, segurança e demais exigências legais.
Seguro: O preço do seguro para esta viagem é de Eur 68 que abrange um período de 16 dias (por favor consulte as coberturas).
Material fornecido: Tendas duplas, colchonetes.
Transportes: Voos em classe turística em companhia aérea europeia ou americana e todas com quem estas tenham aliança (codeshare); voos domésticos em avião a jacto, autocarro fretado ou comboio nas ligações domésticas.
Bagagens: Serão transportadas por cavalos durante o percurso pedestre, máx de 15kg por pessoa.
Acompanhamento: Guias profissionais indianos falando inglês.
Grupo: Mín 2 pessoas, máx 16.
Programa: Em função das condições do tempo, da condição do grupo ou outras justificáveis o guia poderá alterar o programa do percurso pedestre.
Hotéis propostos-
Delhi – Bloom Hotel, https://staybloom.com/hotels/delhi/bloomhotel-karol-bagh
Leh: Omasilla hotel,
Agra: Howard Plaza, www.fernhotels.com/the-fern-howard-plazahotel-agra.html
Documentação: Passaporte válido com visto; deve obter o visto na embaixada da Índia em Lisboa.
Vacinas: Nenhuma obrigatória.
Equipamento: Botas de marcha, saco-cama de 3 a 4 estações, mochila pequena, saco de nylon para bagagem, casaco impermeável, máquina fotográfica. Nos voos domésticos o limite de bagagem incluída são 15 kg de bagagem de porão e 7 kg bagagem de mão.
Nota: Após a sua inscrição receberá uma lista detalhada de equipamento.
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