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Rotas do Vento

Tibet, Nepal: Através dos Himalaias na Rota de Lhasa – César Campos

Fiz esta viagem em Outubro de 2007, e posso dizer que trouxe muito mais dela do que aquilo que poderei lá ter deixado.
Para começar, o grupo que foi connosco(eu e a minha mulher) revelou-se fantástico. Ficámos amigos e , combinamos por vezes encontrarmo-nos para uns passeios, umas almoçaradas, para, enfim…rir-mos e estarmos juntos mais uma vez. Isso, acreditem, é uma das mais valias que trouxemos.

Kathmandu é uma cidade absolutamente fantástica: primeiro estranha-se, depois entranha-se… as ruas de Thamel estreitas, cheias de pessoas e carros, todos a buzinar…um caos organizado. ..Hei-de, de certeza lá voltar….
A viagem decorreu sem problemas de maior, exceto na fronteira entre o Nepal e a China, onde, por termos chegado em cima da hora de fecho da mesma e porque a estrada de montanha que conduz a Nyalam só está aberta da 1h da manhã até às 4 horas da manhã, nos obrigou a permanecer mais um dia em Zhingmu.(um pormenor a rever por vocês). Nem tudo foi mau…na noite da partida ao jantar, ainda tivemos tempo de celebrar o Natal Tibetano e dançar no restaurante onde estávamos.

O guia Tibetano e os dois motoristas que nos acompanharam eram simpatiquissimos e excelentes profissionais. Um bem haja para eles!

Chegámos a Rongbuk ao fim da tarde….Que espetacular é o Everest a essa hora! A luz do por do sol a bater na face norte deveria ser considerado património da humanidade!
No dia seguinte de manhã cedo, lá fomos nós(os que passaram bem ou menos mal) subir ao campo base. Dois foram de carroça puxada por pequenos cavalos e três(eu incluído) fomos a pé, mochila às costas por aí acima…Valeu o esforço.
Adorei Lhasa e sobretudo o Potala…magnífico..pena não ter nenhum monge…enfim…
O templo de Jokhang é outro dos locais obrigatórios a visitar assim como o mosteiro de Drepung.
De regresso a Kathmandu e depois de um pequeno contratempo( o agente local queria-nos colocar fora de Thamel, mas unimo-nos e não deixámos) visitámos a convite dele(para se limpar) e com guia, Bakthapur, Pata, Patupashinath, Boudannath…acreditem… vale mesmo a pena.
Esta viagem, pela tremenda simpatia das pessoas , pela beleza incomensurável da paisagem, é uma viagem ao fundo de nós mesmos: Na imensidão do planalto Tibetano, na confusáo de Kathmandu, na extraordinária paisagem nepalesa, na imponência das montanhas como o Everest, Lotshe, Pumori, Makalu etc, vemos que nas coisas simples é que está a verdadeira beleza, e que por vezes, um sorriso é muito mais importante do que qualquer bem material.
Peço desculpa pelo tempo que vos tomei, e por só agora ter criado o meu testemunho, mas quis…como dizer…olhar com distância, e ao recordar, ver que valeu a pena ter viajado convosco.
Obrigado

César Campos
Beja, 15 de Maio de 2008